Ex-diarista de Macaíba (RN) muda de vida depois de participar de Campeonato Mundial de Xadrez na Polônia
Cibele Florêncio durante partida I Foto: Divulgação
Por Mirella Lopes
Moradora da cidade de Macaíba, na região metropolitana de Natal, Cibele Florêncio, de 24 anos, trabalhava fazendo faxinas quando teve a oportunidade de participar do Campeonato Mundial de Xadrez, realizado entre os dias 26 e 30 de dezembro de 2021, na Polônia.
Cibele, que começou um novo emprego este mês no setor de limpeza do Hospital Rio Grande, que também se tornou seu patrocinador, e vai começar a estudar Educação Física na Uninassau por causa de uma bolsa de ensino, teve sua história publicada em uma matéria no jornal Folha de São Paulo desta segunda (28).
A enxadrista potiguar aprendeu a jogar na escola, por causa de aulas obrigatórias de xadrez. Em sua primeira competição, aos 9 anos, saiu como vice-campeã. De origem humilde, a jovem nunca teve tempo para se dedicar aos treinos, como faria uma jogadora profissional. Em 2014 o projeto acabou e Cibele passou a praticar o xadrez sozinha. Um ritmo de treino bem diferente das oito horas de dedicação exclusiva que enxadristas profissionais costumam ter.
Foi graças aos ex-patrões que ela conseguiu pagar os R$ 150 de inscrição para o Campeonato Nacional, de onde saiu como vice-campeã. Foi com esse resultado que ela conseguiu a vaga para o Mundial, porém, a inscrição no valor de 300 dólares, além de passagem e hospedagem, era por conta dela.
Mesmo tendo conseguido levantar algum dinheiro por meio de uma vaquinha, o valor ainda estava bem distante do mínimo necessário. Foi um dos diretores do hospital que hoje patrocina Cibele que pagou a passagem aérea e a hospedagem da enxadrista. Os ex-patrões ainda entraram com o passaporte, que a jovem não tinha, e com as roupas de frio.
Apesar de ter ficado entre os últimos lugares no Mundial, o treinador da equipe olímpica feminina consultado pela Folha apontou que Cibele jogou de maneira impressionante e que a jovem tem um grande talento e nível elevado. Apesar do trabalho e da faculdade que está para começar, Cibele espera um dia poder se dedicar integralmente ao xadrez, como fazem os atletas.
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